segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A História de Anna & Kurt - Post 2 (SIGA A ORDEM DOS POSTS)

Kurt
O primeiro show da nossa banda com empresário foi num pub em Aston, nossa cidade. Mas ainda assim, eu e meus companheiros decidimos ficar num hotel. Isso porque todos queríamos voltar ao pub para beber e arrumar garotas. Mas antes disso acontecer, uma garota veio até mim. Eu até a reconheci, estava no show, estava olhando para todos nós. Era bem bonita, cabelo comprido, castanho, olhos amendoados, grandes. Um corpo lindo, tinha pele branca. Com cinco de nós para escolher, não sei porque ela me escolheu. Eu, cabelo comprido embaraçado, da mesma cor do dela, branquelo, magro, parecia ter saído do lixo. Isso comparando com os outros, bem arrumados, cheios de pinta.
Quando escutei a batida na porta, estava pronto para sair. Abri e vi ela parada lá. Ela perguntou se poderia conversar comigo. O que eu diria? "Não, não posso, estou ocupado". Não, claro que não. Ela entrou meio tímida, tirou a roupa. Fiz o mesmo. Ficamos ali até de manhã. Vi ela se arrumando, pronta para ir. Fiquei muito curioso em saber quem ela era. E perguntei:
-Para onde está indo?
-Para qualquer lugar.
-Como assim?
-Bom, não tenho mais casa.
-Como? Me explica isso.
-Meus pais me expulsaram ontem, por isso não tenho mais casa.
-E dinheiro? Você tem?
-Gastei minhas últimas libras ontem.
Aquilo me deixou confuso. Ela parecia ser rica, ter dinheiro sobrando, ser bancada pela mãe e pelo pai, e nas horas vagas dormir com roqueiros que pareciam ter saído do lixo. Eu não tinha muita coisa, mas resolvi bancar o cavalheiro. Até porque, no final das contas, não ia ter nenhum centavo, mas ficaria com uma garota linda.
-Quer que eu te pague alguma coisa?
-Adoraria, se não for incômodo.
-Nenhum.
Fomos até um café perto dali. Ela foi tomando uma caneca de café enquanto eu conversava com ela.
-Por que seus pais te expulsaram?
-Porque são egoístas. Eu larguei aquela droga de emprego que eu tinha numa fábrica e me expulsaram.
-Parece que eles vivem às suas custas.
-Eles também trabalham em fábrica. Mas como eu sou a mais velha, eles acham justo que eu trabalhe adoidado e dê todo o meu salário para eles.
-Mas você não parece muito velha. Quantos anos tem?
-Vou fazer dezenove. E você?
-Fiz dezenove uma semana atrás.
-Parabéns.
-E então, onde você vai ficar?
-Embaixo da ponte, provavelmente.
Aquilo me deixou desconcertado. Eu tinha que arrumar um jeito para que ela ficasse comigo e com o resto do pessoal.
-Você faz o quê? perguntei, tentando ver se ela poderia ajudar a gente na banda.
-Escrevo.
-O que, exatamente?
-De tudo. De matérias de jornal a músicas.
-Perfeito! O que acha de ficar com a banda, em troca de algumas letras?
-Ótimo.

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