quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A História de Anna & Kurt - Post 10 (SIGA A ORDEM DOS POSTS)

Kurt
Depois daquela promessa, finalmente dormi com a Anna. A segunda vez desde que tínhamos noivado. Mas na outra noite,nossa última noite na Austrália (iríamos viajar no outro dia de manhã), a promessa foi para o saco. A gente foi noutro restaurante, e eu e os caras acabamos bebendo um pouco, mas nada exagerado. Não me lembrei de nada depois disso. Mas a Anna me acordou com uma tremenda cara de bunda.
-Que aconteceu?
-Desculpe, vamos maneirar na Bebida e Companhia. Debochou.
-Mas que merda, quê que eu fiz dessa vez?
-Quer mesmo saber?
-Fala logo.
-É, vocês beberam tanto que saíram aos gritos dali.Você não conseguia nem andar, tive que ir te carregando. Tanto que todo mundo foi parar na delegacia por causa daquilo. Sem contar os fotógrafos. Belo cumpridor de promessas você é.
-Mas eu cumpri o que tinha prometido!
-Por 24 horas! Que eu saiba aquilo seria "toda vez que eu fosse a um pub".
-Desculpa.
-Cala a boca, seu bosta. Se ama tanto a bebida, por que não noivou com ela logo, em vez de me fazer perder tempo?
-Mas eu não amo a bebida. Noivei com você porque é você quem eu amo.
-Vai se ferrar, não estou com paciência nenhuma.
E foi para um canto chorar. Achei aquilo muito estranho, geralmente ela nunca chorava. Fui atrás para falar com ela.
-Anna.
-Não aguento mais isso.
-Me desculpa.
-Mas a merda já está feita.
-Mas de que raio você está falando?
Ela olhou pra mim bem séria e falou:
-Estou grávida.
E saiu. Fiquei lá, chocado. Nem consegui sair do lugar. Não sabia se era bom ou ruim. Sentei no sofá e olhei no relógio. Eram cinco da manhã. Hora de ir para o aeroporto. Entrei no quarto dela. Estava arrumando as malas. Sem olhar pra mim, ela falou, bem baixinho:
-Me faz um favor? Acorda os outros que já é hora de ir.
Não falei nada. Só fui acordar o resto do pessoal e socamos nossas coisas na mala. Entrei de novo no quarto dela. Estava tocando Wish You Were Here, do Pink Floyd, e ela estava cantando como se sussurasse. Bati na porta devagar e ela se virou:
-Ah, tudo pronto? Vamos, senão o Adam mata a gente.
E fomos para o aeroporto, naquele frio infernal da madrugada. Fizemos check-in e vi que a Anna estava exausta. Pra tentar resolver as coisas com ela, eu perguntei:
-Você dormiu?
Ela só negou com a cabeça e esfregou o rosto. Depois de mais ou menos uma hora, era hora do nosso vôo. Sentei do lado da Anna e, pra minha surpresa, já que tinha ficado tão irritada comigo, ela apoiou a cabeça no meu ombro, segurou a minha mão e dormiu quase o vôo inteiro. Até que eu acordei ela pra comer:
-Anna.
-Quê?
-Comida.
-Ah, obrigada.
Algumas horas depois o avião pousou.
-Anna.
-Mais comida?
-Não, já chegamos.
Desembarcamos. Agora era uma maratona grande de shows: Alemanha, Áustria, Espanha, França, Inglaterra, Itália, Portugal, Rússia, Holanda e República Tcheca.
Fiz tudo o que pude para ficar sóbrio, pelo menos na hora dos shows. E fiz os caras ficarem também. Quando estávamos na Alemanha, me casei com a Anna. Foi uma coisa muito simples, éramos basicamente nós, a banda e Adam.
Quando estávamos em Portugal, o bebê nasceu. Era uma menina. Decidimos chamá-la de Rose. Rose Marie Hudson (meu sobrenome). Dei a idéia de por também o sobrenome dela, Geezard, mas ela disse que não. Iria ficar estranho, nem ela tinha mais esse sobrenome. Então, deixamos assim.
Para onde quer que fôssemos, Rose estava conosco. Eu fazia um esforço enorme para ficar sóbrio quando tinha show. E os shows eram quase todo dia. Estava ficando louco, mas ela me dava força. Mas a força não durava muito. Pouco depois que o show acabava eu estava bêbado.
Terminamos a passagem pela Europa quando a Rose tinha três meses. Depois tivemos shows nos Estados Unidos e Canadá, bem mais sossegados, porque não houveram brigas nem fiascos como na Austrália, e o número de shows foi bem menor do que na Europa. Estávamos nos endireitando.
Acabamos a turnê quando a Rose tinha cinco meses. Nisso, Anna engravidou de novo. Era de assustar, ela já tinha uma filha e estava grávida de outra criança com 21 anos. Eu, com 22.
Depois que voltamos à Inglaterra, compramos uma casa em Londres. Era uma casa boa, grande. E Bill, Tommy e Gillian moravam na casa vizinha. Eles passavam a maior parte do tempo na minha casa, para que pudéssemos preparar o quarto álbum. E tínhamos muitas idéias, por causa da confusão que a turnê tinha sido. Criamos um negócio divertido, falando das gafes, como Drugs in Concert, Vodca's Anarchy e Fall, Sickness, Faint*, mas como sempre houve uma balada, que eu compus para a Rose, chamada Rose's Song, que podia ser interpretada de dois jeitos**. O nome acabou sendo Drunked Tour***.Foi o álbum mais escrachado que já fizemos, mas bateu recordes de vendas. Muitas revistas apontaram Drunked Tour como o melhor álbum já feito pelo The Voltagers. Ficamos muito felizes com aquilo, mas logo a maior surpresa viria.
*Drogas em Concerto, Anarquia da Vodca e Queda, Vômito e Desmaio.**O nome podia ser interpretado como a Canção da Rosa e Canção da Rose.
***Turnê Bêbada.

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