quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A História de Anna & Kurt - Post 9 (SIGA A ORDEM DOS POSTS)

Anna
Depois daquele fiasco, fiquei me segurando para não matar um por um. Nunca passei por tamanha vergonha. Mas o pior foi eu me sentir culpada por não ter feito o show que a platéia merecia. Eles tinham pagado caro para nos ver, e fizemos aquele fiasco. E o pior é que nem era minha culpa. Mas decidi fazer um show para me desculpar com os fãs. SOZINHA. Liguei para o empresário, Adam Viggs, e perguntei se poderia fazer um show solo no mesmo lugar, um show de desculpas por aquele fiasco.
-O que você quer, Anna? Me explique.
-Quero fazer um show solo. De desculpas por aquele fiasco todo.
-Até dá para encaixar amanhã. Tudo bem?
-Claro.
Fiquei a noite acordada adaptando o mesmo repertório para o acústico. E consegui. No outro dia, os caras estranharam eu estar saindo, porque naquele dia teríamos que viajar. Disse que não era da conta deles. O show era de manhã, porque iríamos viajar à tarde. Mas foi ótimo. Todos que mostrassem o ingresso do show anterior iriam assistir sem pagar nada. E bastante gente foi. Estávamos só eu e meu violão ali. E vi que eles estavam gostando. No final, pedi desculpas pela merda que tínhamos feito. E saí sendo aplaudida. Essa experiência foi ótima. Estar ali, sozinha, apenas eu, violão e público. Sem nenhum fiasco.
Voltei feliz e aliviada para o hotel e arrumei minhas malas num segundo. Em poucos minutos a gente teria de estar no aeroporto para o check-in. Kurt começou a irritar, já meio dopado:
-O que ficou fazendo ontem à noite e hoje de manhã?
-Quer saber mesmo?
-Quero.
-Fiz outro show para aquele pessoal que vocês desapontaram. Sozinha, claro, eu não pude contar com vocês mesmo.
Ficaram irritados, mas calei a boca e eles fizeram o mesmo. Entramos no avião sem olhar na cara um do outro.
O vôo era curto, mas eu estava de saco cheio. Acabei bebendo um pouco mais do que devia, mas parei quando percebi que já estava demais. Mas o efeito do álcool ficou e eu agi como uma louca. Ria de tudo, falava alto, e acabei dormindo. Acordei quando o vôo tinha acabado.
Depois houveram uma série de shows vergonhosos. Uma pena que eu não pude fazer o mesmo que eu fiz em Sydney, porque simplesmente não dava. O tempo não era nosso aliado. Mas eu sempre fazia questão de pedir desculpas para os fãs, não importa se fosse em cima do palco ou numa entrevista.
Adam teve uma conversa séria com os caras. Ameaçou deixá-los sem dinheiro, mesmo que fosse processado, se eles estragassem outro show de novo. Eu disse que tentaria mantê-los longe das drogas. E consegui.
Aproveitei que eles tinham desmaiado no hotel e tirei todas as drogas dos bolsos deles, junto com as bebidas que eles tinham posto no frigobar, tranquei as janelas e a porta, por fora. Ficaram lá até a hora do show.
Finalmente eles estavam sóbrios. Tocaram bem, não houveram quedas, vômitos e desmaios. E eu não precisei organizar toda aquela parafernália pós-fiasco. Depois, fomos jantar num restaurante legal perto dali. Kurt me pediu desculpas:
-Sei que exagerei. Desculpa por ter bebido daquele jeito antes daquele show.
-Tudo bem.
Todos os outros também pediram desculpas.
-Olha, você me perdoa mesmo? Faz séculos que não durmo no mesmo quarto que minha noiva, e olha que ela é minha noiva! Kurt continuou.
-Talvez ela estava irritada com tudo aquilo que o noivo dela fez. Sabe, todas as drogas, bebida. Mas ela perdoa o noivo sim. Falei.
-Prometo que não vou mais fazer você passar vergonha por causa da Bebida e Companhia. Me perdoa? E, por favor, durma comigo hoje.
-Hmmn, sim, perdoo, e sim, durmo com você.
-E nos desculpe também. Vamos maneirar nessas coisas, OK? Bill prometeu também.
-Certo.
Depois percebi como aquilo era ridículo. Eu me sentia mãe daquele bando de marmanjos.
Claro que a promessa não durou muito. Na última noite em que iríamos ficar na Austrália, eles não maneiraram em nada. E eu passei vergonha por causa da maldita Bebida e Companhia.

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