quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A História de Anna & Kurt - Post 12 (SIGA A ORDEM DOS POSTS)

Kurt
O que eu tinha feito realmente me deixou péssimo. Por isso eu realmente comecei a agir. Cortei a bebida nos dias úteis. No final de semana, eu tomava pouco, bem menos se comparado à antes. Mas não era nada fácil. Eu estava viciado e tinha crises quase sempre. Suava frio e não conseguia dormir. Por isso comecei a tomar sedativos, para me fazer dormir. E acabei viciado naquele negócio. Era uma bola de neve. Para sair de um vício, eu estava entrando em outro. Mas tentava ao extremo me controlar. Fui seguindo essa rotina por inacreditáveis 3 meses. Até que não aguentei. A crise foi tão forte que bebi tudo o que via na minha frente e me lembro apenas de ter dormido. Acordei com a Anna e um médico ao lado, com caras de preocupação extrema. Eu perguntei:
-O que foi?
-Você dormiu por três dias seguidos. Informou o médico. Certeza de que foi por causa do abuso alcóolico.
O médico foi embora e Anna nem se mexeu. Comecei a falar:
-E-eu...
-Eu sei, você tentou. E admiro ter conseguido sem ajuda. Mas acho que você não vai conseguir mais nada sem ajuda médica.
-Não quero me internar numa clínica, ficar longe de você e da Rose, por favor, me dê mais uma chance para tentar, faço de tudo para não ir pra uma clínica.
-Mas você deve me garantir que, se algo de grave acontecer comigo, com você ou com a Rose por causa da bebida,vai se internar.
-Garanto a você.
Ela me beijou e foi para o quarto da Rose. Tentei ser radical. Iria cortar a bebida totalmente. Fazia outra coisa para distrair quando sentia vontade de beber. Mas não funcionava. Estava totalmente dependente. As crises de abstinência continuavam, e eu estava viciado naqueles sedativos.
Comecei a beber escondido. Trazia uma garrafa de vodca para dentro de casa e acabava com tudo em uma noite só. Jogava as garrafas no lixo da casa do Bill, Tommy e Gillian. E quando estava com eles, bebia mais ainda. E pensava: "Se nada de grave aconteceu até agora vou continuar bebendo".
Tentava não ficar bêbado em casa, para que Anna não cismasse de querer me pôr numa clínica. Continuava bebendo escondido. Até que comecei a ser mais audacioso e não esconder que bebia. Mas me segurava para não ficar louco. Ficava com a Rose quase o dia todo. No primeiro aniversário dela, veio toda a família da Anna, inclusive os pais, para conhecer os netos (ela já estava grávida de sete meses). E bebi pra caramba, sem esconder. Quando comecei a ficar louco, me sentei e segurei a língua para não falar merda.
Até que meu sogro, também bêbado, sentou do meu lado e começamos a conversar. Falávamos alto e ríamos das coisas mais babacas. Comecei a fazer amizade com ele. Quem não gostou de mim foi minha sogra. Ela falou pra Anna:
-Você não me falou que seu marido era um alcóolatra.
-Mas ele não está causando confusão, até fez amizade com o pai.
-Mesmo assim, não me agrada em nada.
-Ele me prometeu que não causaria confusão, e até agora está cumprindo a promessa. Não vejo problema. Eu tentei internar, mas ele não quer. Ele não vai se curar enquanto isso não vier dele. Estou tentando convencê-lo.
-Acho que devia interná-lo à força.
-Por enquanto não acho necessário.

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