Anna
Logo depois da turnê, os meninos começaram a usar drogas. Começaram com cigarros de maconha. Sempre fumavam um e sempre ficavam loucos. No começo eu não ligava, até porque o efeito não era tão ruim. Mas eu não usava. Simplesmente não precisava de nada além da minha mente para escrever.
Mas eles começaram a ficar travados 24 horas por dia, basicamente. Não conseguiam ficar um segundo sem o cigarro. Fui ficando brava com aquilo. Era incontrolável. Kurt sempre pedia para dormir comigo, mas eu nunca aceitava. Com um cara drogado, nunca.
Depois começaram a tomar pílulas alucinógenas. O efeito daquela droga era forte. Pareciam um bando de loucos. Eu às vezes ficava com medo deles, porque falavam coisas muito sem sentido. E aliavam tudo com bebida, maconha e também cocaína. Estavam sempre sob o efeito de uma dessas coisas.
Logo lançamos nosso terceiro álbum. Mas eles estavam tão bêbados que mal conseguimos gravar. E como eles nunca estariam sóbrios, resolvi gravar no mesmo dia. O nome? Pills of Madness (Pílulas de Loucura). Escolhi o nome sozinha, porque eles estavam mais ocupados em zoar. Eu poderia lançar aquele CD como sendo só meu, se eu quisesse, porque quem fez todas as letras e batidas fui eu. Eles apenas serviram como complemento. Eu poderia cantar todas as músicas e lançar meu primeiro CD solo. Mas não. Sofri para fazê-los trabalhar, e no final eu consegui.
Já estava de saco cheio de tudo aquilo. Quando o traficante, Rob, veio pra entregar mais uma remessa de pó, erva e pílula, peguei meu soco inglês e ameacei espancá-lo caso ele voltasse. Deu certo por um tempo. Mas ele sempre voltava quando eu estava dormindo, pra entregar mais droga. Por causa da coca, todos estavam acesos. E usavam tudo quando eu não estava perto. Mas eu acabei descobrindo. Fiquei tão irada que destruí tudo aquilo e quase espanquei todo mundo. Comecei a ameaçar, e o Kurt foi o primeiro que realmente entendeu o que eu queria dizer.
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