quinta-feira, 31 de março de 2011

A História de Anna & Kurt - Post 25 (SIGA A ORDEM DOS POSTS)

Kurt
Depois da notícia da gravidez da minha irmã, fiquei transtornado. Me deu muita raiva, ela era minha irmã, e Bill nem era marido dela. Tudo bem que fiz o mesmo com a Anna, mas ela engravidou só depois que noivamos. Eles deveriam saber que tinham que usar camisinha.
Fiquei sem falar com o Bill boa parte da turnê. Isaac era lindo, claro, mas eu ainda não consegui perdoar o Bill. Resolvi chamá-lo para conversar, e, claro, saber quando iam casar.
-E aí, pra quando vai ser o casamento?
-Casamento?
-Sim, CA-SA-MEN-TO. Quando vai ser?
-Estava conversando com a Janis...
-E?
-Decidimos que não vamos nos casar.
-O QUÊ?
-Ah, por favor! Aquilo não passa de um contrato, primeiro um contrato com o dinheiro, e segundo um contrato com um ser que eu não acredito que exista. Ela concordou comigo, vamos viver como casados, mas sem CASAR.
Não pude deixar de concordar com ele. Não casei no religioso, porque eu também era ateu . Mas casei no civil. Daí percebi que naquele contrato não há o que importa, e sim dinheiro. Nunca havia isso:
"Prometerás ter amor, compreensão, sensatez, fidelidade e sexo enquanto for casado. Caso se separem e tenham filhos para cuidar, prometerás sempre cuidar dos filhos e ser o mais amigável possível com seu ex, e caso não tenha, seja sempre respeitoso com o mesmo [...]."
Mas havia montes disso:
"Haverá a união de bens. Se se separarem, a mulher terá por direito a casa [...]. Se tiverem filhos, a mulher terá por direito a guarda (a menos que o juiz decida o contrário) e direito a pensão do valor que o juiz decidir [...]"
Não é exatamente assim, mas o sentido é o mesmo. Eles nunca mandam você prometer amor, respeito e tudo mais. Só se vê no contrato dinheiro e mais dinheiro. E pra quê provar meu amor pela Anna para alguém que nunca vi na vida nem tenho provas de que exista? Pura besteira.
Concordei com ele, tive de admitir. E nos tornamos amigos de novo. Era bom ter a amizade dele. E a união dele com minha irmã era amor, e eu não tinha de me preocupar com isso. Ele também amava o filho dele, assim como amo os meus, e nunca deixaria o menino sem amparo, caso ele se separasse da minha irmã. Eu o conheço bem para dizer que ele não faria isso.
A minha raiva se dissolveu totalmente. Eu estava relativamente feliz. E o clima ficou bem mais tranquilo para o resto da turnê. E esse filho tornou Bill muito mais responsável. Bebia MUITO menos, e sempre deixava de ir ao pub depois que o show acabasse para ficar com o filho. Ficava agoniado se ficava cinco minutos a mais do que tinha planejado ficar longe do Isaac. E da minha irmã também.
Janis estava até que estava gostando de ficar na turnê com a gente. Adorava viajar e tinha bastante tempo, já que ficava sem fazer nada. Por isso punha Isaac no carrinho e passeva por Portugal, com o doce sabor do anonimato.
Tudo era um mar de rosas, todos estavam ótimos. Janis começou a ser parada na rua depois que um flagra dela com Bill e o filho saiu em uma revista. Ela ficou bem incomodada no início, mas nada a impedia de passear por Portugal. Ela tinha cuidado com a exposição do bebê, que todos os fotógrafos cobiçavam, por isso saía o mais disfarçada possível. Tinha vezes em que conseguia, mas parece que quando você tem fama, mesmo que você tente, nunca será invisível no meio da multidão.
Num desses passeios da minha irmã, aconteceu algo terrível. O motorista, John Moralez, saiu para ajudar um cara que estava tendo problemas para trocar dois pneus. Voltamos para o ônibus um pouco depois.
E aí vimos o tamanho do problema.

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