domingo, 29 de maio de 2011

A História de Anna & Kurt - Post 38 (SIGA A ORDEM DOS POSTS)

Kurt
Logo depois que chegamos, Anna marcou consulta no psicólogo para o Tommy. Ele estava com tanto medo que pediu que ela fosse com ele. Eles foram para a consulta. Como eu não tinha mais nada para fazer, e as crianças estavam na casa do meu sogro, fui para um pub. Lá vejo uma menina que me lembrava alguém. Loira, olhos verdes, linda mesmo. Quando ela me viu, ficou com aquela cara de "te conheço de algum lugar?".
Como não conseguia lembrar quem era, voltei a beber. Logo depois escuto uma vozinha doce e que eu tinha a sensação de que já conhecia:
-Kurt?
Era a menina. Como não falei nada, ela disse:
-Lembra de mim? Jennifer.
Na hora eu me lembrei:
-Nossa, caramba, quanto tempo!
Jennifer foi uma ex-namorada minha. Comecei a namorar com ela aos 15 anos, e ficamos juntos por quase dois anos. Era uma garota que me marcou muito, foi com ela que transei pela primeira vez. Era sempre doce, amigável.
Terminamos porque ela me disse que gostava de outro cara. Sofri muito, chorei por um mês inteiro, mas depois eu me recuperei. Foi extremamente agradável conversar com ela, e, logo depois, sem saber que eu era casado e tinha filhos, ela disse:
-Queria muito me encontrar com você de novo.
O correto seria eu dizer que não era solteiro e que tinha filhos. Mas não foi o que eu fiz. Fiquei tão feliz de encontrá-la, e queria vê-la outra vez, então apaguei esse fato da minha história só para vê-la.
Marcamos de nos encontrar ali mesmo, no outro final de semana. Menti pra Anna dizendo que só iria beber um pouco. Voltamos a conversar e sentia um desejo por ela crescer dentro de mim de novo.
Quando a conversa estava acabando, já eram onze da noite. Ela disse que precisava ir embora:
-Foi muito bom encontrar com você. Disse me abraçando.
-Idem. Respondi.
Naquele momento eu estava com tanto desejo por ela que não medi as consequências do que eu ia fazer.
Eu a beijei.
Na hora, eu não pensei. Apenas a desejava. Depois ela pediu meu telefone, me deu o dela e disse:
-Eu tenho um apartamento em Nova York. Se quiser ir para lá qualquer hora, me ligue e nós conversamos.
-Ok.
Fui embora, arrependido do que fiz, e louco para encontrar a Anna. Era quase meia-noite quando cheguei. Quando finalmente cheguei, ela só perguntou:
-Onde diabos você estava?
-Não saí de lá.
-Tudo bem. Mas volte mais cedo na próxima vez, fiquei preocupada, você não atendeu o celular.
-Esqueci dentro do carro.
Com isso, a conversa cessou. Fui dormir. Quando era uma da manhã, Anna me acorda, com raiva nos olhos e me pergunta:
-Quem é Jennifer?
Na hora pensei, "cacete, ferrou-se". Mas apenas respondi:
-Só uma amiga.
-Mas uma amiga não manda ESSE tipo de mensagem.
Li a mensagem. Jennifer dizia quase tudo em poucas palavras:
Aquele foi um ótimo jeito de me relembrar de você, Kurt. O que aconteceu vai ficar gravado na minha memória. Espero que me ligue logo. Estou com muitas saudades de você. xoxo, Jen.
-E aí? O que tem pra me dizer disso?
-Olha, ela é minha ex, encontrei com ela, e nós só conversamos. Falei, mas eu estava muito trêmulo e suando frio. Cacete, eu nunca aprendi a mentir.
Discutimos mais e mais, cada vez com mais raiva. Fiquei fulo, nunca na minha vida eu fiquei com tanta raiva. Gritei:
-MAS COMO PODE ACHAR QUE ESTOU MENTINDO? SE NÃO HOUVER CONFIANÇA, ACABOU TUDO ENTRE NÓS! POR QUE NÃO ACREDITA QUE JENNIFER É SÓ UMA AMIGA?!
Logo a maldita manda outra mensagem, com o celular na mão da Anna.
Não vai me responder? Bem, gostei muito de conversar com você. Tudo que você me contou vai ficar na minha memória. Você é um amigo e tanto. Quando precisar, me ligue para conversar. Gostei muito de escutar suas histórias. xoxo, Jen.
Com isso, Anna ficou azul de vergonha. Fiquei com tanta raiva que decidi ir para o apartamento da Jennifer no dia seguinte. Anna tentou pedir desculpas, mas eu estava tão cego de raiva que não quis saber de conversa com ela. Fui dormir no sofá.
No outro dia, liguei para a Jen bem cedo, arrumei minhas coisas, e liguei para o Ronald para arrumar duas passagens para lá. Antes de sair para me encontrar com a Jen, Anna acordou e me viu. Ela perguntou:
-Vai embora?
-Vou. E não sei quando volto.
Os olhos dela encheram de água e ela começou:
-Foi por causa daquilo? Me desculpa, eu sei que estou sendo horrível com você, mas eu posso mudar, tudo isso pode ser diferente, não vá embora!
Aquele choro depressivo me deu ao mesmo tempo raiva, vontade de chorar, pena e remorso. Mas eu não voltaria atrás. Antes que ela pudesse ver que eu estava começando a chorar, saí sem olhar pra trás e sem dizer nada. Fui me encontrar com a Jen e fomos para Nova York. Chegamos no apartamento e eu vi as luzes noturnas pela janela. Pensei "bem, e agora?".
Me sentei no sofá. Era um apartamento chique pra caramba. Ela sentou bem ao meu lado e sussurrou no meu ouvido:
-Que bom que estou com você agora. E me beijou. Nos amassamos no sofá até que ela me chamou para ir ao quarto dela. Transamos e, no dia seguinte, ela estava de pé bem cedo. Acordei e ela cumprimentou:
-Bom dia.
-Idem. O que achou de ontem?
Ela riu e falou:
-Hmn, bom... ótimo... o melhor.
Eu também ri. Era legal estar com alguém que não te cobrava, não estava sempre ali te olhando e brigando com você.
Eu não queria admitir, mas estava com muitas saudades da Anna.

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